Os resultados do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) mostram um crescimento de 22,5% na distribuição de direitos autorais destinada a titulares de música, em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2023, foram distribuídos R$ 624 milhões em direitos autorais a 231 mil compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos. A retomada de shows, festivais e eventos no Brasil foi um dos principais fatores que impulsionaram o mercado de execução pública da música no primeiro semestre desse ano.
Diante do “boom” de shows, o Ecad traçou um planejamento para intensificar a sua campanha de conscientização sobre o pagamento de direitos autorais, convidando marcas patrocinadoras para participarem desse movimento no Brasil. “Sabemos a importância dos festivais para as empresas patrocinadoras e, por isso, iniciamos uma campanha para que elas conheçam o nosso trabalho mais de perto e avaliem incluir, em seu checklist de ativação de marca junto aos organizadores de festivais, o compromisso deles com o pagamento dos direitos autorais. Afinal os compositores têm o direito de receber por suas criações”, disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
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Outros detalhes e o link para o Relatório de Sustentabilidade do Ecad, no site da instituição
A Pro-Música, organização que representa as principais gravadoras e produtoras de música do Brasil, divulgou dados que mostram um crescimento de 12,6% no mercado fonográfico nacional no primeiro semestre. O faturamento total foi R$ 1,191 bilhão. Com papel protagonista, o streaming contribuiu com 99,2% dos ganhos do setor.
Quando se trata das vendas físicas, os números revelam um cenário significativamente distinto. As receitas provenientes dessas vendas totalizaram R$ 8 milhões, correspondendo a uma fatia diminuta de apenas 0,6% do faturamento geral do setor no primeiro semestre deste ano. Os discos de vinil surgiram como os líderes de vendas na categoria, acumulando um faturamento de R$ 5 milhões. Em seguida, as vendas de CDs contribuíram com R$ 3 milhões.
Enquanto isso, outras receitas digitais, que englobam ganhos oriundos de downloads e personalização de telefonia móvel, representaram uma parcela de 0,2% do total.
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Mais dados e análises sobre o tema no site da UBC
O The Town foi o primeiro festival de música promovido pela iniciativa privada a receber o Selo de Reconhecimento do Ecad, lançado em 2023, por respeitar compositores e artistas e valorizar os direitos autorais. Logo em sua edição inaugural, o maior festival de música, cultura e arte de São Paulo firmou uma parceria para remunerar corretamente os compositores cujas músicas foram executadas em seus cinco dias de duração. O The Town segue o exemplo do Rock in Rio, que paga direitos autorais de execução pública de música desde sua primeira edição, há 38 anos.
“O The Town é um exemplo para os outros festivais no Brasil, e é muito representativo que logo em sua primeira edição já seja parceiro do Ecad nessa campanha nacional de reconhecimento ao pagamento dos direitos autorais de música. O selo foi criado para reconhecer festivais que adotam boas práticas por meio da valorização da música e do pagamento aos seus criadores. Toda a gestão coletiva, formada pelo Ecad e pelas associações que nos administram, levanta essa bandeira no mercado”, disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
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Em maio, Virada Cultural de SP também recebeu o selo. Relembre
Com o fim da Emergência de Saúde Pública em âmbito global, anunciado em maio, um prazo de 60 dias foi determinado pela Assembleia Geral (AG) para dar início aos descontos dos adiantamentos extraordinários concedidos aos titulares entre os meses de abril e junho de 2020. Cada beneficiário recebeu R$ 600 ou R$ 900 à época, e agora os descontos já começaram a ser efetuados em 12 parcelas mensais iguais e sem juros. O primeiro desconto foi na distribuição de julho. A medida buscou estabilizar a economia após os impactos causados pela pandemia, garantindo a sustentabilidade do sistema de assistência financeira aos titulares.
O plano emergencial, aprovado em 2020, contemplou quase 22 mil compositores, músicos e intérpretes brasileiros com um montante de R$ 14 milhões em direitos autorais. Diante do cancelamento de shows, eventos e o fechamento de estabelecimentos comerciais sonorizados durante a pandemia, a medida teve o objetivo de oferecer suporte financeiro a profissionais duramente atingidos pela crise.
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Saiba todos os detalhes e veja o calendário dos descontos no site